segunda-feira, 6 de abril de 2009

ENTREVISTA: 10 ANOS DE WEB JORNALISMO


Em entrevista concedida ao aos alunos de jornalismo da faculdade Estácio de Sá, Déborah Ribeiro, Lucas Siqueira e Marisa Ferreira, a professora da Puc-SP e autora do livro Jornalimo Digital (2004), Pollyana Ferrari, falou sobre o conteúdo produzido pelo cidadão e soa como uma ameaça a centenas de profissionais da comunicação.

Em entrevista ao blog, a jornalista e professora Pollyana Ferrari relembrou um pouco da história do jornalismo na web, citando questões como as evoluções tecnológicas, adequação dos profissionais de jornalismo a web e falou também sobre a importante contribuição para as universidades de todo o país com a publicação do seu livro “Jornalismo digital”.
Pollyana iniciou a conversa fazendo uma retrospectiva dos últimos 10 anos, quando houve o primeiro crossover de mídias no Brasil, com a capa “Leia e Ouça”. Segundo ela o jornalismo on-line de revista regrediu. “É a falta total de conhecimento do meio, do ciberespaço, percebemos alguns movimentos como o da Globo.com, que vem digitalizando todo seu acervo e oferecendo conteúdo hipermidiático no G1. Mas, de modo geral ainda é modesto”, afirmou.
Durante a entrevista a professora falou da publicação do seu livro “Jornalismo digital” e contou que ele já foi usado em mais de 100 monografias e teses sobre Jornalismo, que segundo a autora é muito gratificante para uma jornalista/pesquisadora ver que pode ajudar a mudar o conceito de Jornalismo digital neste país. “Puxa, diria que a Web amadureceu e a blogosfera explodiu, não tínhamos isso em 2004. As redes sociais — tema do meu doutorado — praticamente estavam nascendo com o crescimento do Google e Orkut”, disse Ferrari.
Um outro ponto importante da entrevista foi as mudanças que os profissionais da área sofreram para se adequarem as novas tecnologias, Ferrari citou os pontos positivos e negativos da experiência que a Reuters fará de uma cobertura com um repórter munido de um celular N95, microfone e carregador de bateria movido a energia solar. Para ela no quesito ganho, o leitor poderá se sentir imerso na reportagem, participando dela e opinando e disse que não vê perdas, mas sim trabalho dobrado para o repórter, cada vez mais cobrado por habilidades que sequer eram pensadas no dia-a-dia jornalístico há 5 anos.
Para fechar Ferrari comentou sobre a produção de conteúdo produzido pelo cidadão e da possível ameaça deles aos profissionais da área. “Não vejo problema nisso, mas o papel do Jornalista, o editor da notícia, continua o mesmo e vai continuar. Não vejo esta ameaça, que apavora centenas de colegas”, afirmou.

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